A S.O.M conversou por ligação com Dias que está lançando agora sua primeira música, a romântica e delicada “Bandeira”. Com uma voz calma e confortante, o artista traz melodias bem trabalhadas no violão em nossa conversa, apesar de dizer que “não sei o que faço no violão”(risos).
Aos o carioca 12 anos, o artista se apaixonou pelo samba, estudou cavaquinho, tocou pandeiro, e integrou um grupo de pagode chamado Família S/A, “com 17 eu sabia que queria seguir assim, mais como hobby”. O hobby foi absorvendo referências, de livros a filmes, enquanto o músico dava uma palinha aqui e ali, em bares e rodas de amigos. Agora ele apresenta seu primeiro single, com clipe feito em São Lourenço, Minas Gerais pela produtora Monochroma Filmes. A produção musical é assinada por Xerxes Frozi e Cadu Millet.
“É engraçado porque eu não tenho família nascida no samba, não sou do subúrbio, mas tenho um carinho muito grande pelo samba, não tenho a pretensão de me apropriar do som, mas homenageá-la através da minha música e não perder de vista a percussão que vem do gênero”, comenta o cantor.
Dias – “Bandeira”
Em seu primeiro trabalho Dias versa sobre um grande amor, aquele que chega ao fim e resta o respeito e carinho pela história, “as pessoas dizem que quando acaba não deu certo, como não deu certo? Você vive uma vida, anos com a pessoa, é claro que deu certo”.
“A música fala de um relacionamento que está prestes a acabar. Como quando tentamos segurar o relacionamento até o final e muitas vezes precisamos comprar uma briga, uma bandeira que, neste caso, é a bandeira do amor. Só que aí, as coisas ficam um tanto insustentáveis, mas você sente que ainda assim valeu a pena. No fim, a gente amadurece” relata Dias.
“É uma história real que eu resolvi compartilhar nesse momento intenso que estamos vivendo, mas que artisticamente é muito rico. A música é o que salva”, finaliza o cantor.
Gabriel Dias é também jornalista, tem gosto pelas palavras, e indicou em nossa conversa os livros “Jóquei”, de Matilde Campilho, e “Mar Morto”, do Jorge Amado. Este último aborda a vida no mar, como explica o músico “um cara que ficava no cais, pescador, vivendo no saveiro e podendo morrer a qualquer momento. O mar dá o sustento pro pescador, mas pode levá-lo a qualquer momento.” Outra referência para a lírica da faixa foi o filme “Deriva” (2018), que também tem um desenvolvimento no mar e traz a memória como um pilar do amor.